quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Resumo : Sobre Identidade e Diferença

A temática abordada pela autora tem exercido uma grande influência, no que se refere ás vinculações existentes entre diferença e identidades, e busca através da visão de outros autores analisar como a diferença é marcada em relação á identidade?

Primeiramente Woodward analisa algumas formas pelas quais as culturas fornecem sistemas classificatórios, sistemas estes que aplicam um princípio de diferença a população de tal maneira que é capaz de utilizar mecanismos simbólicos de representação que os excluem dos ditames da sociedade. E essa representações reafirmam o domínio de um grupo que manter o “poder”como descreve Vorraber que segundo essa concepção representações seriam

Noções que se estabelecem discursivamente, instituindo significados de acordo com critéue se estabelecem discursivamente, instituindo significados de acordo com critsistemas classificatorios rios de validade e legitimidade estabelecidos segundo relações de poder. (...) as representações são mutantes, não fixas, e não expressam, nas suas diferentes configurações aproximações a um suposto “correto”, “verdadeiro”, “melhor’. (VORRABER, 2001 , p41)

Além de reafirma esse domínio esses símbolos de representação estabelecem fronteiras entre o que está incluído e o que esta excluído, onde reproduzir significados desse domínio , seja pela língua que falam, seja pelas riquezas matérias e simbólicas que concentram e distribuem, atribuem significados aos mais fracos, e lhes impõem significados que não narram sua especificidade.

As identidades são construídas por meio da marcação da diferença, e elas se dão tanto por meio de sistemas classificatórios, quanto por formas de exclusão social.

Numa argumentação inerente ao assunto, a autora utiliza a afirmativa de Èmile Durkheim ao dizer que os sistemas classificatórios

dão ordem á vida social, sendo afirmados nas falas e nos rituais. (...) e se quisermos compreender os significados partilhados que caracterizam os diferentes aspectos da vida social, temos que examinar como eles são classificados simbolicamente. ...(WOODWARD, p40)

Uma boa alusão ao que a autora se refere pode ser encontrada no exemplo que Durkheim utiliza á religião para representar como os processos simbólicos funcionam, mostrando que as relações sociais são produzidas e reproduzidas por meio dos ritos e símbolos os quais classifica como profano e sagrado, onde o sagrado é aquilo que é colocado á parte, isto é, a parcela de uma minoria que sofrem imposições de significados marcados por uma maioria.

Temos, portanto neste primeiro momento, a diferença como aquilo que separa uma identidade da outra, estabelecendo distinções, posições, e situações que caracterizam as construções de identidades partidas em oposição a “nós” e “eles”, e isso aponta a construção sistemas classificatórios como um mecanismos que propicia a cultura meios pelos quais damos sentido ao mundo social e construímos significados. E o processo de significados são processos sociais.

Nessa mesma linha de raciocínio a autora utiliza o pensamento de Claude Leví-Strauss para atribuir uma visão, mas ampla sobre a produção de significados e reprodução das relações utilizando o exemplo da comida para estabelecer uma identidade entre nós.

Pois o consumo de alimentos tem uma dimensão política, social, cultural sobre a sociedade, e a identidade pode se definir apenas com base nesse particular, pois as fronteiras existentes entre os que podem e os não podem adquirir certos alimentos podem classificá-los entre os incluídos em um sistema particular de crenças e daqueles que estão excluídos.

Subseqüentemente ao exposto, Woodward descreve argumentos de Mary Douglas, ao discorrer que os alimentos também caracterizem uma sociedade pela sua etnia, raça, gênero, classe, idade, dando–lhes uma representação especifica.

Ao enfatizar argumentos de alguns autores de como as identidades são construídas, que a autora sugeriu que as identidades são construídas como forma de oposições binárias, onde a diferença pode ser construída por meio da exclusão ou da marginalização, ou por meio de uma fonte de diversidade, de heterogeneidade.

Talvez esse processo de construção, lance fora o processo violento de homogeneização e simplificação que tem praticamente nos imobilizado e impossibilitado de pensares alternativas para a dominação, a desigualdade e a exclusão.


COSTA.Marisa Vorraber.Currículo e Política Cultural. Rio de Janeiro. DPeA. 2001

Um comentário:

  1. Querida Cristal você que por natureza tendemos à sermos excluedentes com os outros já pela nossa própria forma de viver, assim sendo não basta apenas uma tomada de consciência sobre os processos excludentes e as desigualdades, seria preciso então uma mudança da nossa natureza individualista? Será que somos individualistas por natureza ou somos apenas capitalistas?

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