quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Qual o papel do professor?

• Gustavo Ioschpe:

Nasceu em Porto Alegre, 1977, Economista e Graduado em Ciência Política e Administração Estratégica. Foi colunista do Jornal Folha de São Paulo. Atualmente é colaborador da Revista Veja e Colunista do Jornal Zero Hora.


Qual o papel do professor?

Atualmente, discute-se muito a valorização do educador, tato no seu ambiente de trabalho que é a escola, quanto na sociedade que é o centro da sua existência. Mas discute-se também sobre seu papel social no contexto educacional onde sua ação pedagógica ainda é aquela em que a aluno é tido como objeto do conhecimento e não um sujeito construtor do próprio conhecimento.
Partir do discurso em que o professor brasileiro é tido como um pobre coitado vitima de um sistema educacional que o “obriga” a ser um objeto que reproduz os paradigmas pré-estabelecidos pelo sistema vigente, e não a ser um sujeito social que é responsável pelo seu ato dentro de contexto: a educação.
A educação deve ser um instrumento que possibilite a emancipação social do ser humano, capacitando sua vida para a vivencia coletiva a para conquista de sua dignidade. Mas, para tanto, o professor precisa considerar que seu papel é um dos componentes essenciais para que essa educação de fato ocorra.
Daí a necessidade de se pensar qual o verdadeiro posicionamento do professor em todo esse processo de emancipação social, onde o pensamento do professor , segundo Ioschpe (2007) é aquele, em que ele ainda é vitima de um sistema vigente, no qual sua ação é desvalorizada, e não tem o devido reconhecimento de seu trabalho,em todo processo de formação do sujeito.
O professor deve ter consciência de que é preciso redefinir esse papel, e prender que ele também é sujeito em sua ação. Segundo Freire (1996);
(...) Não é possível à assunção que o sujeito faz de si numa certa forma de estar sendo sem disponibilidade para mudar. Para mudar e o desejo do processo se faz necessariamente sujeito também. (pg. 40)

O professor precisa sentir-se parte do conjunto, assumir seu verdadeiro papel de sujeito social e deixar o lugar de reproduz social.
Ioschepe descreve que a sociedade reconhece o papel do professor no processo de formação dos alunos, mas o professor não se reconhece como ator principal, responsável pelo fracasso do aluno na escola. O professor deve assumi esse papel pois quando ensina e aprende juntamente com aluno. Imbernón diz que a formação do professor.
(...) se a formação deve ser direcionada para o desenvolvimento e a consolidação de um pensamento educativo, incluindo os processos cognitivos e afetivos que incidem na prática dos professores, esse pensamento educativo deveria ser produto de uma práxis uma vez que decorrer do processo não apenas se ensina, mas também aprende. (pg.63)

Um professor verdadeiramente comprometido com sua função social, usa inquietações para buscar outros caminhos, como desafios a serem enfrentados e vencidos, como oportunidade de desenvolver sua criatividade, seu saber, e sua experiência.
Mas, a escola tem também que está consciente do seu papel social, tem que está aberta as mudanças em seus sistemas convencionais, revendo os seus objetivos educacionais para então adotar mecanismos que atendam o trabalho do educando e auxiliem o trabalho do professor.
Muitas vezes o professor justifica o que ele não faz em função de determinações maiores. È evidente que existem coisas que nos são impostas, que precisamos fazer mesmo não compreendendo o sentido, mas que fique reduzido ao mínimo possível, caso contrario, iremos nos colocar fora da historia, como se não pudéssemos alterá-la.
Mas é obvio que o professor tem o poder nas mãos, mas é preciso uma tomada de consciência por parte do mesmo, para deixar de ser um objeto - vitima de sua própria ação.


REFERÊNCIAS:

FREIRE, Paulo . Pedagogia da Autonomia. São Paulo: Paz e Terra, 1996.
IMBERNÓN. Francisco. Formação Docente e Profissional : Forma-se para Mudança e a Incerteza . São Paulo. 2001.
REVISTA VEJA. Professor desvalorizado. Gustavo Ioschpe. São Paulo .2007

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Resumo : Sobre Identidade e Diferença

A temática abordada pela autora tem exercido uma grande influência, no que se refere ás vinculações existentes entre diferença e identidades, e busca através da visão de outros autores analisar como a diferença é marcada em relação á identidade?

Primeiramente Woodward analisa algumas formas pelas quais as culturas fornecem sistemas classificatórios, sistemas estes que aplicam um princípio de diferença a população de tal maneira que é capaz de utilizar mecanismos simbólicos de representação que os excluem dos ditames da sociedade. E essa representações reafirmam o domínio de um grupo que manter o “poder”como descreve Vorraber que segundo essa concepção representações seriam

Noções que se estabelecem discursivamente, instituindo significados de acordo com critéue se estabelecem discursivamente, instituindo significados de acordo com critsistemas classificatorios rios de validade e legitimidade estabelecidos segundo relações de poder. (...) as representações são mutantes, não fixas, e não expressam, nas suas diferentes configurações aproximações a um suposto “correto”, “verdadeiro”, “melhor’. (VORRABER, 2001 , p41)

Além de reafirma esse domínio esses símbolos de representação estabelecem fronteiras entre o que está incluído e o que esta excluído, onde reproduzir significados desse domínio , seja pela língua que falam, seja pelas riquezas matérias e simbólicas que concentram e distribuem, atribuem significados aos mais fracos, e lhes impõem significados que não narram sua especificidade.

As identidades são construídas por meio da marcação da diferença, e elas se dão tanto por meio de sistemas classificatórios, quanto por formas de exclusão social.

Numa argumentação inerente ao assunto, a autora utiliza a afirmativa de Èmile Durkheim ao dizer que os sistemas classificatórios

dão ordem á vida social, sendo afirmados nas falas e nos rituais. (...) e se quisermos compreender os significados partilhados que caracterizam os diferentes aspectos da vida social, temos que examinar como eles são classificados simbolicamente. ...(WOODWARD, p40)

Uma boa alusão ao que a autora se refere pode ser encontrada no exemplo que Durkheim utiliza á religião para representar como os processos simbólicos funcionam, mostrando que as relações sociais são produzidas e reproduzidas por meio dos ritos e símbolos os quais classifica como profano e sagrado, onde o sagrado é aquilo que é colocado á parte, isto é, a parcela de uma minoria que sofrem imposições de significados marcados por uma maioria.

Temos, portanto neste primeiro momento, a diferença como aquilo que separa uma identidade da outra, estabelecendo distinções, posições, e situações que caracterizam as construções de identidades partidas em oposição a “nós” e “eles”, e isso aponta a construção sistemas classificatórios como um mecanismos que propicia a cultura meios pelos quais damos sentido ao mundo social e construímos significados. E o processo de significados são processos sociais.

Nessa mesma linha de raciocínio a autora utiliza o pensamento de Claude Leví-Strauss para atribuir uma visão, mas ampla sobre a produção de significados e reprodução das relações utilizando o exemplo da comida para estabelecer uma identidade entre nós.

Pois o consumo de alimentos tem uma dimensão política, social, cultural sobre a sociedade, e a identidade pode se definir apenas com base nesse particular, pois as fronteiras existentes entre os que podem e os não podem adquirir certos alimentos podem classificá-los entre os incluídos em um sistema particular de crenças e daqueles que estão excluídos.

Subseqüentemente ao exposto, Woodward descreve argumentos de Mary Douglas, ao discorrer que os alimentos também caracterizem uma sociedade pela sua etnia, raça, gênero, classe, idade, dando–lhes uma representação especifica.

Ao enfatizar argumentos de alguns autores de como as identidades são construídas, que a autora sugeriu que as identidades são construídas como forma de oposições binárias, onde a diferença pode ser construída por meio da exclusão ou da marginalização, ou por meio de uma fonte de diversidade, de heterogeneidade.

Talvez esse processo de construção, lance fora o processo violento de homogeneização e simplificação que tem praticamente nos imobilizado e impossibilitado de pensares alternativas para a dominação, a desigualdade e a exclusão.


COSTA.Marisa Vorraber.Currículo e Política Cultural. Rio de Janeiro. DPeA. 2001

Amanha será para sempre

"Hoje é um dia muito especial para você,
respire, cante, dance, extravase e lembre viva com
bastante alegria, e amanha lembre será um novo dia".
(autor desconhecido)

quinta-feira, 1 de outubro de 2009


"Segue o teu destino...Rega as tuas plantas;
Ama as tuas rosas.
O resto é a sombra de árvores alheias"